quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A perversão do consenso

Esta obsessão em torno do consenso político em Portugal tem tanto de sinistro como de perverso, esta ideia peregrina que parte muitas vezes do nosso PR influenciado pelo poder instalado de organizar um consenso é em si mesmo anti-democrática.

Tentar unir os partidos com os mesmos planos, as mesmas ideias, assinarem os mesmos documentos convencendo-os de que tudo é inevitável e sem isso será o caos é uma ideia perversa e volto a repetir anti-democrática.

Existem partidos diferentes exactamente por terem ideias diferentes uns dos outros, por terem ideologias e acreditarem que as suas ideias são as melhores para determinada situação, esta tendência de unir tudo em torno do mesmo partido assinando pactos de regime como se a população não pudesse intervir no seu futuro é um sintoma de que a Europa já teve melhores dias e um ambiente democrático mais respirável.

Com base nestas ideologias de partidos únicos é que aconteceram grandes catástrofes humanitárias.

A ideia de que o povo não pode escolher, que é burro e não sabe escolher porque se escolherem outra coisa é muito pior... e depois?! A vida democrática é isto, escolhas.

A vida não é só feita de consensos e bom senso, a vida também tem o contraditório, as discordâncias, as opiniões diferentes e é isso que fez e faz o mundo avançar, quando alguém perturba a ordem estabelecida das coisas o mundo muda.

Algo que não existe na política e na história da humanidade é a inevitabilidade... se assim fosse a humanidade nunca teria evoluído.

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