sábado, 30 de novembro de 2013

LIVRE?

Rui Tavares vai criar um novo partido político, chama-se LIVRE e terá como princípio basilar ser um partido de convergência, capaz de fazer o que não tem sido feito na esquerda portuguesa. Em teoria, a ideia parece interessante, pois convergência a esquerda e algo que não tem acontecido na política portuguesa.
Rui Tavares e um pensador interessante, contudo tem uma história política que não sei se será a ideal (há histórias ideais em política?), pelo que não sei se será a lufada de ar fresco que o JAE falava recentemente aqui no blogue.
Assim, análise-se a história do arauto da convergência, entrou nas listas do bloco nas ultimas europeias, como independente. Aliás como ele gosta de dizer, para um lugar não elegível, mas que acabou por o levar ao parlamento europeu, dado o ênfase que ele da a este ponto imagino que estes anos no parlamento europeu tenham sido de grande sacrifício pessoal. Incompatibilizou-se com o bloco, tendo inclusive rompido com a delegação do bloco no parlamento europeu, juntando-se como independente ao grupo dos verdes no parlamento europeu. Na apresentação do novo partido LIVRE Rui Tavares diz quando questionado pelo facto do partido estar a ser criado antes das eleições europeias que se for necessário ele não ser candidato o fará por prazer, estamos claramente perante um mártir na política, sacrifica-se através da sua presença no parlamento e agora sacrifica a sua eleição para a convergência da esquerda.
Digamos que talvez esta não seja a história ideal para limpar o ar bafiento da política portuguesa, tendo em conta que o sr.convergência pretende agregar a esquerda, mas já se incompatibilizou com o bloco, logo não se da grande exemplo de convergência. Estamos perante a máxima "façam o que eu digo, não façam o que eu faço"?

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Copo meio cheio, meio vezio


Globalização, Educação + Valores + Princípios (não confundir com Qualificação), Lei da oferta e da procura, Concorrência, Taxa de Natalidade + Esperança Média de Vida, Justiça, Estado Social (Caridade Instituída?)...

Juntar tudo, agitar e uma ótima reflexão para fim de semana.

O que é isto pá?!

Hoje acordei ao som da indignação, mais uma vez, é quase todos os dias.

Mas esta parecia uma daquelas enormes, daquelas que iria mudar alguma coisa, daquelas que poderia ser o inicio da revolução!

Indignação do líder da CGTP, de deputados do PCP e do BE e de alguns trabalhadores dos CTT, perante os graves acontecimentos de Cabo Ruivo.

Corri para a TV para poder ver a violência que as autoridades exerceram sobre um movimento de protesto (mais um!) contra a privatização dos CTT. Ao ouvir estas vozes pensei... «Meu Deus! É uma nova Marinha Grande!!»

Depois, deparei-me com a desilusão. Não havia mortos nem feridos, não havia violência, nem tão pouco havia a revolta da população que alguns tanto exaltam, não havia a paralisação total de uma empresa pública (ainda que por pouco tempo) não havia a revolta de tudo e todos, os CTT afinal não estavam a ferro e fogo.

Ainda não será aqui o rastilho para o barril de pólvora à muito anunciado pelos Velhotes do Restelo. Havia sim, meia dúzia de gatos pingados e gritar à frente de um punhado de agentes da autoridade "O que é isto pá?!"

Força Camaradas, estão quase lá!

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Porque apoio este Governo

... seria hipócrita dizer que não apoio este Governo quando fui sempre um defensor da eutanásia.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Marocas & Friends

Ontem houve na Aula Magna um "concerto". Marocas & Friends foram a cabeça de cartaz.

Mário Soares é, aos meus olhos, uma personagem intrigante da vida portuguesa. Granjeia profundo respeito por ter sido um dos homens que "ajudou" o país a sair da convulsão revolucionária ao mesmo tempo que desperta as mais tórridas teorias da conspiração.

Por isso mesmo, não consigo colocar-me de um dos lados da barricada. Apenas consigo ter algumas certezas. É sem dúvida um homem de uma energia ímpar, perto de completar 89 anos consegue fazer conferências, entrevistas, escrever livros, correr o país, no fundo ter um papel muito mais ativo na sociedade que alguns dos seus pares 30 ou 40 anos mais novos.

Apesar disso, e da parte do respeito adquirido como Senador da politica portuguesa, os meios de comunicação social tem um desmesurado respeito pela sua opinião, principalmente quando esta está carregada de uma agressividade excessiva como aluindo ao regicídio e a violência nas ruas.

Adicionalmente fico com a sensação que Soares está desiludido com o seu povo, já são vários os meses, talvez anos, que apregoa que o país se vai revoltar, que a violência vem aí, que vai haver um novo Abril.

O tempo passa e nada acontece, se calhar porque o povo que é o seu, não concorda nem consigo nem com os seus friends.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Só não vê quem não quer....

Governo e PR por favor demitam-se e tenham vergonha na cara!

Quando as próprias forças de segurança enviam um sinal claro de desobediência... o fim está perto.

Pena que o corporativismo das forças de segurança seja superior aos seus interesses em defender a Constituição da República Portuguesa.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A propósito da ideologia do género

A Conferência Episcopal Portuguesa emitiu uma nota bastante explicativa, bem clara e muito oportuna sobre a «ideologia do género», e que recomendo vivamente.
A «ideologia do género», para quem não sabe, é uma corrente, que nos últimos anos tem vindo a ganhar seguidores, que considera que somos homens ou mulheres não na base da dimensão biológica em que nascemos, mas nos tornamos tais de acordo com o processo de socialização (da interiorização dos comportamentos, funções e papéis que a sociedade e cultura nos distribui).
A afirmação e difusão da ideologia do género pode notar-se em vários âmbitos. Um deles é o dos hábitos linguísticos correntes. Vem-se generalizando, a começar por documentos oficiais e na designação de instituições públicas, a expressão género em substituição de sexo (igualdade de género, em vez de igualdade entre homem e mulher), tal como a expressão famílias em vez de família, ou parentalidade em vez de paternidade maternidade. Muitas pessoas passam a adotar estas expressões por hábito ou moda, sem se aperceberem da sua conotação ideológica.

A «ideologia do género» é uma gigantesca anormalidade. Ponto. 

Moralização nos gabinetes ministeriais precisa-se e com urgência!

«Jorge Barreto Xavier, secretário de Estado da Cultura, departamento que não tem dinheiro para - como se costuma dizer - mandar cantar um cego e vai cortar 15 milhões de euros em despesas com pessoal, recrutou um 'boy' do PSD para o seu gabinete a quem vai pagar como adjunto. Ou seja, mais de três mil euros, mais do que ganha um diretor de serviços, ou, como escreve no Expresso João Garcia, "mais que juiz, o mesmo que coronel, o dobro de professor'. Fernanda Cachão ironiza que "afinal há dinheiro" desde que seja "money for the boys".
Mas o melhor, o melhor mesmo é o currículo do adjunto. Tem 24 anos, três workshops no centro de formação de Jornalistas, Cenjor, fez o estágio na Rádio Renascença onde trabalhou oito meses e foi durante cinco meses consultor de comunicação do... PSD! Uau!!
Acresce que Barreto Xavier, antes desta contratação já tinha três adjuntos, sete técnicos especialistas, duas secretárias pessoais, chefe de gabinete, dez técnicos administrativos, três técnicos auxiliares e três motoristas.
Falta dinheiro (salvo para os boys) mas há excesso de descaramento.
Digamos que se há algo que não falta é vergonha.»
Henrique Monteiro, hoje.

Acho inacreditável como é que um secretário de estado assina de cruz nomeações destas. Não sei como é que se consegue ir dormir e calar a consciência perante atentados ao pudor desta natureza, sinceramente.

domingo, 17 de novembro de 2013

O abominável César das Neves


Para este senhor a sarapitola cega e faz crescer pelos nas palma das mãos.

Ouvir esta personagem que até dá aulas de economia é sentir o bafo a javali defumado e a vinho dos banquetes da idade média.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Lufada de ar fresco?

Rui Tavares iniciou a discussão sobre a abertura de um novo partido à esquerda. O Eurodeputado já demonstrou ser um homem de causas fortes, mas responsáveis, não vergando à ideologia cega e do contra que os partidos que o apoiaram defendem.


O país precisa de gente séria e desprendida de lobbies e poderes instalados. Se Rui Tavares conseguir juntar a seu lado outros homens, de esquerda ou não, que tragam consigo uma nova forma de ver e fazer politica, pode muito bem ser uma agradável surpresa para a amorfa esquerda portuguesa.

O eleitorado anseia por ar fresco, já não há pulmão que aguente este bafiento e poluído oxigénio que é emanado de São Bento.


quarta-feira, 13 de novembro de 2013

De uma vez por todas...

"Além disso, as sucessivas decisões do Tribunal Constitucional complicaram consideravelmente a adoção de políticas e aumentaram a incerteza económica"

O Tribunal Constitucional não é, nem nunca poderá ser, o responsável pelas consequências que eventualmente possam advir do chumbo de alguma(s) medida(s). O único responsável é quem elaborou e aprovou essas mesmas medidas anticonstitucionais. Ao Governo cabe apresentar propostas de orçamento que repeitem a Contituição(a tal que juraram defender aquando da sua tomada de posse), ao TC aferir a essa mesma Constitucionalidade.
 Tentar inverter a responsabilidade das funções de cada orgão de poder é puro desespero.

Viver numa democracia tem os seus custos, a Constituição impôe os limites. Deal with it.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

A primeira revolução do século XXI

Ultimamente têm vindo a público relatórios, estudos, reportagens sobre a evolução da riqueza e a sua distribuição no mundo. Um destes últimos foi elaborado pelo Crédit Suisse.

Esta tem crescido a uma velocidade galopante. Nós últimos 10 anos a riqueza mundial aumentou 68%! E até 2018 ainda subirá mais 40%!! 

EUA, China, Alemanha, França, Itália, Reino Unido e Espanha perfazem o top8 de países onde a riqueza cresceu mais rápido.

Para nós, portugueses, europeus, ocidentais, comuns mortais estes resultados estão carregados de  um enormíssimo efeito perverso. Pois desde o início da crise em 2008 que não deixamos de ser bombardeados com noticias, informações, medidas, ações, ajustamentos que nos levaram, levam e levarão a pensar totalmente o contrario. 

O Mundo ocidental, (principalmente UE e EUA) não pode estar a ficar mais rico, quando o empobrecimento é a palavra de ordem. E quando em todas as latitudes deste mesmo Mundo se vê que existem cada vez mais pessoas a perder poder de compra, a empobrecer e a seguir o sentido inverso dos estudos falados.

Alguma coisa não está certa... e não está mesmo! Porque o que explica esta disparidade entre relatórios, estudos e reportagens aluindo que a riqueza mundial cresce e a realidade com que todos nós nos deparamos só pode ser uma. A riqueza dos que são ricos está a crescer muito mais que a riqueza (se é que assim lhe possamos chamar) dos que não o são.

Os 10% mais ricos do mundo concentram 86% da riqueza mundial.

Nos dias que correm isto é um ultraje! Caso as instituições que nos governam, e aqui não falo de Portugal - porque o problema está bem acima da nacionalidade - falo sim da UE e dos EUA, não revejam politicas para estancar esta hemorragia, reformando o paradigma em que a sociedade ocidental se apoiou e os mecanismos desenvolvidos pelos mais ricos para se proteger e perpetuar as suas fortunas, num par de anos poderá dar-se a queda do Mundo civilizacional ocidental como o conhecemos hoje, através da primeira verdadeira revolução do século XXI.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A perversão do consenso

Esta obsessão em torno do consenso político em Portugal tem tanto de sinistro como de perverso, esta ideia peregrina que parte muitas vezes do nosso PR influenciado pelo poder instalado de organizar um consenso é em si mesmo anti-democrática.

Tentar unir os partidos com os mesmos planos, as mesmas ideias, assinarem os mesmos documentos convencendo-os de que tudo é inevitável e sem isso será o caos é uma ideia perversa e volto a repetir anti-democrática.

Existem partidos diferentes exactamente por terem ideias diferentes uns dos outros, por terem ideologias e acreditarem que as suas ideias são as melhores para determinada situação, esta tendência de unir tudo em torno do mesmo partido assinando pactos de regime como se a população não pudesse intervir no seu futuro é um sintoma de que a Europa já teve melhores dias e um ambiente democrático mais respirável.

Com base nestas ideologias de partidos únicos é que aconteceram grandes catástrofes humanitárias.

A ideia de que o povo não pode escolher, que é burro e não sabe escolher porque se escolherem outra coisa é muito pior... e depois?! A vida democrática é isto, escolhas.

A vida não é só feita de consensos e bom senso, a vida também tem o contraditório, as discordâncias, as opiniões diferentes e é isso que fez e faz o mundo avançar, quando alguém perturba a ordem estabelecida das coisas o mundo muda.

Algo que não existe na política e na história da humanidade é a inevitabilidade... se assim fosse a humanidade nunca teria evoluído.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Reuniões...

Lula esteve há uns dias em Portugal numa "passeata". A sua presença fez-me lembrar uma engraçada sátira vinda do seu Brasil, que se calhar também se pode aplicar a outras latitudes do globo.



segunda-feira, 4 de novembro de 2013

E porque não?

A boa nova do dia de hoje, é, finalmente, o levantar do véu sobre qual o possível futuro político de José Sócrates. Uma candidatura ao Parlamento Europeu.

Do ponto de vista da estratégia política este é sem dúvida, o melhor destino para Sócrates. Em Portugal poucos lhe confiariam um cargo interno, e assim ele teria uma oportunidade dourada de combater por dentro aquele que segundo a sua narrativa, talvez a parte mais sóbria de toda ela, é o maior causador da crise que o nosso País atravessa. 

Em Bruxelas e Estrasburgo, poderia finalmente pôr ao serviço da nação portuguesa o seu discurso reformista europeu.

Adicionalmente, Sócrates iria para bem perto dos "estupores e filhos da mãe" que lhe causaram tantos dissabores.

Vai José, vai e não voltes!

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Paulo Portas: vergonha alheia


"Paulo Portas quer ser o Giorgio Armani da reforma do Estado. Todos os anos o estilista apresenta os novos modelos e acaba com uma frase cintilante, um laço que embrulha o conjuntinho: "Proponho para esta estação ‘una donna moderna però rinovata’". Portas também deseja um Estado moderno (alguém deseja um Estado antigo?!) e renovado (alguém quer um Estado parado?!), mas não vai além disso. Não vai, aliás, a lado nenhum. 

As "110 páginas úteis" do guião, como lhe chamou ontem, são de uma pobreza inacreditável. Não é sequer um catálogo de pronto-a-vestir político. É uma loja dos 300 onde, no meio de ideias copiadas, avulsas e superficiais, encontramos um ou outro ponto que é possível debater, mas apenas por causa do nosso desespero coletivo."



Não mexas no meu privilégio


Não querendo de todo fazer o papel do Professor Marcelo, mas recomendo vivamente.

domingo, 27 de outubro de 2013

A tempestade perfeita... para sair de fininho

O Governo está apostado na teoria da tempestade perfeita e onde irá arranjar um álibi de nome Tribunal Constitucional para sair de cena.

Os fracassos consecutivos, as metas que nunca foram atingidas mas que os nossos professores dizem que estamos aprovados, o correr atrás do resultado... está mais do que visto que o 2º resgate ou programa cautelar, qualquer que seja o nome, vai acontecer e este Governo foi o único responsável por estes fracassos económicos mesmo quando avisado por membros dos seus partidos para os perigos de amar e abraçar a Troika com toda a devoção sem antes medir os impactos na economia real... agora vão tentar a jogada de mestre.

Fazem um OE inconstitucional, e sabem que o é, porque já foram chumbadas medidas anteriormente por serem inconstitucionais, levam o ataque ao TC ao extremo, ameaçam órgãos de soberania, criam uma nuvem de fumo para quando as normas foram chumbadas, pois irão ser.... terem o álibi perfeito e dizer que estava tudo a correr bem.... até estas medidas serem chumbadas.

Nesta altura do campeonato só alguém intelectualmente diminuto vai cair num argumento destes.

O Governo e a Europa falharam no ataque à crise da dívida soberana.... falharam, ou não dependendo dos interesses.


quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O sumo da mudança

Eurico Brilhante Dias, destacado deputado socialista e um dos homens fortes de Seguro na área económica deu uma entrevista interessante ao jornal i.

Apesar de fazer fortes acusações ao presente Governo, Brilhante Dias assume que duas questões fraturantes afinal não o são assim tanto no panorama atual de assistência financeira externa. Desmascarando o discurso básico e rasteiro do seu líder.

Questão fraturante nº1 – «Os funcionários públicos e pensionistas têm de manter os salários»

Mas quando questionado se isso é possível dentro das metas atuais impostas pela troika Brilhante não podia ser mais brilhante, “o que propomos não é compaginável com ter 4% do PIB em 2014”.

Questão fraturante nº2 - «Temos de aliviar a carga fiscal de modo a garantir o crescimento económico»

O especialista na área económica do PS volta a revelar-se, «temos de ser parcos em promessas» e «perante o quadro de 4% dificilmente». Ora cá está. Como é sabido o governo tentou negociar aliviando o défice de 2014 para 4,5%. A troika não aceitou. O PS não conseguiu ainda apresentar razões porque consigo a negociação seria diferente, ou será que os lindos olhos de Seguro servirão para os convencer?

Perante a conjuntura atual, entre PS ou PSD não há temas fraturantes, há apenas detalhes. O sumo das políticas governativas pode mudar de cor, mas vai saber todo ao mesmo. 

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

“Centenas” de inscritos em congresso sobre vida e obra de Cunhal


Sócrates, um gajo porreiro pá


Depois da entrevista à RTP, segue agora entrevista de fundo à Revista do Expresso.
Para além de continuarmos a testemunhar que Sócrates é um tipo muito cheio de si, continua em falta um pingo sequer de humildade.
Não é um mal exclusivo de Sócrates, embora no caso dele sobressaia bastante. É extraordinário como todos os ex-primeiros-ministros de Portugal nunca reconhecem uma falha na sua governação. Culpa própria, népias. Culpa dos outros e do mundo, sim.

sábado, 19 de outubro de 2013

O que é esta imagem ....





... é aquilo que os os espanhóis têm, os franceses têm e os gregos têm.

... um dia espero que os portugueses os consigam ter também para não sermos uma vergonha para as gerações vindouras.


sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Piegas, masoquistas e o pedido de desculpa

Nos últimos tempos tivemos alguns momentos mediáticos que gostava de analisar de figuras ligadas ao estado português.

Momento 1: Há uns meses atrás, o Primeiro Ministro, Pedro Passos Coelho disse que os portugueses deviam ser “menos piegas”. Afinal os portugueses queixam-se demasiado e não sabem lançar “mãos à obra”.

Momento 2: Numa recente viagem à Súecia, o Presidente da República, Cavaco Silva dá o dito por não dito, e afirma que se os credores externos (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) afirmam que a nossa dívida externa é sustentável, quem em Portugal afirma que a dívida pública não é sustentável não passa de “masoquista”. A ter em conta o facto de no passado o Presidente da República ter afirmado por variadas vezes que a dívida era insustentável (num artigo de 4 de Outubro de 2013 no Público eram citados 3 exemplos de declarações do Presidente a alertar para este facto). Estamos aqui, perante mais um exemplo de descredibilidade política. Que sentido faz o Presidente ter um discurso para o interior do país e outro para o exterior? Não estamos por acaso num mundo em que a informação está acessível a todos? Por acaso na Súecia não se sabe o que se passa em Portugal? Será que após estas declarações a procura de dívida externa portuguesa disparou?

Momento 3: O célebre pedido de desculpa aos Angolanos feita pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, em que este “garantiu que tudo não passa de burocracias e formulários” relativamente aos processos judiciais em curso em Portugal contra dirigentes de Angola.

Deixo aqui umas palavras da parte dos portugueses, que não querem ser um fardo para estes senhores. Os piegas portugueses que se queixam das constantes medidas de austeridade, pedem desculpa por se queixarem das medidas e não saberem olhar para as mesmas, como algo que será benéfico para o país, como o futuro irá provar. Obrigado pelas suas palavras Sr. Primeiro Ministro, agora vemos finalmente a luz ao fundo do túnel.

Os masoquistas também pedem desculpa por porem em causa a sustentabilidade da dívida portuguesa,  realmente não há palavras, se as entidades externas dizem que a dívida é sustentável, não se pensa mais nisso, este assunto está arrumado. Obrigado Sr. Presidente.

Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros também fica aqui um pedido de desculpas, e um agradecimento por ser visionário o suficiente e ter pedido desculpa aos Angolanos, afinal eles investem no nosso país e nós ainda temos casos contra eles em tribunal?

A todos fica um pedido de desculpa por Portugal ser um país tão incompreensível. Por favor não desistam de nós.....

O negro corrupto

José Eduardo dos Santos cortou com Portugal, mas o mais interessante nas suas declarações foi a acusação a empresas de outros estados para além do português. «Anualmente são levados de Angola biliões de dólares por empresas portuguesas, francesas e americanas.»

Não é clara a razão para esta acusação. Mas certamente há aqui uma intenção geopolítica por detrás destas palavras.

Por fim, o presidente angolano aluindo às sucessivas suspeitas sobre membros da cúpula angolana/africana, adianta que "de um modo geral, se cria a imagem, de que o africano rico é corrupto ou suspeito de corrupção".

Sr. Presidente, permita-me interpelar sua senhoria, o africano rico não é corrupto nem suspeito de corrupção. É igual ao europeu rico, ao americano rico ou ao asiático rico.

Agora o africano que é rico porque fez fortuna às custas duma ditadura, que apesar de ser o 4º/5º país mais rico de África e o 60º do mundo, continua a ter pessoas que passam fome e a atropelar os direitos humanos, ora esse africano rico, Sr. Presidente, tem tudo para manter essa imagem que fala bem viva.

É deliciosa a ironia dessa frase Sr. Presidente. Proferida pelo ditador africano há mais tempo no poder, 34 anos e a contar!

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

OE 2014: "Exercício de Libertação"

Nem tudo são notas negativas relativas a este Orçamento de Estado 2014, eis alguns pontos positivos que passo a citar:

  • É o último OE apresentado por este Governo PSD/CDS*
  • O OE não irá ser cumprido na sua totalidade
  • O CDS ao aprovar este OE arrisca-se a deixar de ser o partido do táxi e passar a ser o partido do side-car
  • Cortar pensões de 419€ é passar a Troika pela direita, fazer um manguito e passar factura com contribuinte
  • A maior parte das medidas irá chumbar no TC



Se Portugal crescer 0,8% no próximo ano e tiver um défice de 4%, irei cortar o meu testículo esquerdo em directo no Skype. Tenho dito.

"Este OE é um exercício de libertação" Luis Menezes, PSD
"O trabalho liberta" ... vocês sabem


* sim, vai haver eleições legislativas para o ano, ninguém vai assinar um novo resgate sem haver eleições antecipadas.




terça-feira, 15 de outubro de 2013

Masoquismo

Voltando ao tema abordado por NRF recentemente, sobre a sustentabilidade da dívida portuguesa, não podia estar mais de acordo de que não tem existido uma verdadeira análise sobre o problema com que nos deparamos e as implicações que o aumento galopante da dívida actual do país poderá ter para o nosso futuro. Desde que teve inicio a ajuda externa em Portugal, no ano de 2011 a dívida pública aumentou consideravelmente, situando-se actualmente em cerca de 130% (2011: 108,3%; 2012: 123,6%). A taxa de desemprego também aumentou para níveis assustadores, sendo actualmente de cerca de 17% (2011: 12,7%; 2012: 15,7%). Antes de regressar ao caso português chamo a atenção para o caso grego, do qual conhecemos recentemente alguns dados para 2014:

·         contração da economia de cerca de 25% desde 2008
·         aumento da dívida pública em % do PIB de 105% em 2008 para 175% actualmente
·         aumento da taxa de desemprego de 8% em 2008 para 28%
·         taxa de desemprego jovem (entre os 15 e os 24 anos) de 65%

Após estes dados assustadores, estima-se que em 2014 o orçamento grego apresente pela primeira vez um superávit excluindo os pagamentos da dívida. Assim, consideram os analistas que a única possibilidade para a economia grega passam por novo perdão de dívida, caso contrário todo o esforço até aqui efectuado terá sido em vão. Ou seja, olhando para o caso grego, em que foram aplicadas várias medidas de austeridade em muito semelhantes às ocorridas em Portugal, constata-se que essas apenas serão viáveis após nova renegociação da divida. A frase que cito em baixo é elucidativa:

"Greece's exit from the crisis is being made much more politically difficult and socially painful than is needed,". "The spread and depth of austerity that lenders have insisted on has been much too severe. There has been success, but success at what price? If this is success, who wants to be rescued like this?"

Prof Kevin Featherstone, director of the London School of Economics Hellenic Observatory

Relativamente ao caso português, e apesar das recentes críticas de Cavaco Silva na Suécia aos masoquistas portugueses, foi referido por Paulo Trigo Pereira e Pedro Lains recentemente ao Público, que a dívida portuguesa na situação actual não é sustentável. Segundo o Jornal Económico os detentores da dívida pública portuguesa são:

18% UE/FMI
42% gestores de activos, fundos soberanos e bancos centrais
12% bancos comercais portugueses
4% Bancos comerciais alemães
4% Bancos comerciais franceses
13% BCE

Ou seja, partindo do pressuposto que os masoquistas tem razão admita-se uma renegociação da dívida portuguesa. A grande questão se for necessária a renegociação da dívida portuguesa é a forma como se apurará quem assume as perdas. Se essa via for seguida a pressão dos detentores de dívida externos será bastante intensa, existindo uma forte possibilidade de que venham a ser exigidas perdas avultadas aos detentores de dívida nacionais, não nos podendo esquecer de que dentro dos 42% enunciados atrás está incluindo o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) do qual cerca de 55% está já aplicado em dívida pública tendo o governo aprovado recentemente a possibilidade de este fundo poder fazer reforços da dívida pública até 90%. Claro que é elementar que se o FEFSS tiver que assumir perdas tal terá um impacto bastante negativo nas contas portuguesas, dado que na situação actual o fundo da Segurança Social já não é suficiente para fazer face aos compromissos futuros. Ficamos assim a aguardar quem terá razão, se os masoquistas ou os crentes. 

Quo vadis Portugal? Quo vadis Europa?

Nesta noite de publicação do OE2014, vulgo roubo generalizado, e tendo em conta a mediocridade da nossa vida política, convém interrogar-nos sobre a questão: De onde virá a nossa salvação?

O nosso querido governo, que age mais como um representante de um protectorado económico do que como o de um país soberano,  continua a apregoar uma futura retoma económica e a vender lá fora, aos nosso credores e à patroa alemã, que o povo português vai cumprir os designos da Troika "custe o que custar". Mansinhos...Sem estrebuchar como os Gregos e a sua vergonha neonazi, ou os ingovernáveis Italianos, ou ainda os Espanhóis e as suas plataformas anti-despejo e regiões com laivos independentistas.

Não me parece haver num futuro próximo nenhuma mudança de política europeia que vote num perdão parcial ou compra directa da nossa dívida, o que permitiria diminuir o sufoco do nosso pequeno país.

Quanto às próximas eleições europeias, adivinha-se o pior. A extrema direita alastra: da Grécia à Austria e agora em França onde os eleitores tradicionais da esquerda, desiludidos com um PS que aplica as mesmas receitas neo-liberais, vêem a sua salvação no FN, que promete protecção contra os estrangeiros e a Europa, criando uma amálgama que lhes dá jeito. E resposta da esquerda tradicional não há, porque a verdade é que está comprometida com a mesma política de austeridade.

http://expresso.sapo.pt/extrema-direita-vence-eleicao-no-sul-de-franca=f835457

E cá? Será que o mesmo pode suceder? Por enquanto parece improvável por sermos "um país de brandos costumes" com uma taxa de imigração que não parece constituir tão forte ameaça para os Portugueses...Mas vejo outro perigo aproximar-se, fruto do mesmo desespero da população, falta de solidariedade e civismo que este governo reforça a cada medida que implementa: contra os funcionários, contra os reformados, contra os professores etc...

Este perigo é conhecido como "a lei da selva": com uma esquerda tradicional culpada por ter assinado o memorando da troika, o BE e PC vistos com "extrema esquerda perigosa" e uma direita comprometida com os maiores escândalos e longe da visão de Sá Carneiro. O que nos resta?

Alienar-nos da vida política - a abstenção nas últimas eleições sendo um sinal desse caminho - e lutarmos uns contra os outros para manter pequenos privilégios. Manter a cunha para ter médico, fazer o jogo dos privados e pagar um seguro de saúde para quem pode enquanto o SNS se desmorona, não participar em greves nem em manifs porque "não serve para nada" enquanto se tem emprego...

Desfecho? Um país miserável e um retrocesso de 40 anos em pouco tempo...

Que fazer então? A única outra solução que vejo é sacudir a apatia. Lembrar-se de que tudo o que foi conquistado foi à força, nunca dado. Participar em tudo: em associações cívicas, em manifs, em greves, reclamar, indignar-se, denunciar dia e noite a corrupção e incompetẽncia, vaiar os autores da farsa e não esquecer que ninguém vai sair incólume, boicotar escolas privadas, hospitais privados, usar tudo o que o Estado nos deve dar e se o acesso for difícil: reclamar. Infiltrar os partidos, obrigá-los a deixar de usar os seus militantes como peões a colocar em sítios estratégicos. Vale tudo menos deixar o país nas mãos dos abutres dos privados e nesta promiscuidade incestuosa entre política e negócios.

Temos de apostar na luta, na solidariedade e no civismo. É utopia? Talvez. Mas estamos a precisar de voltar a ter algumas noções de ética.


Em choque


 Começo o meu contributo neste espaço com uma notícia que me deixa tristíssimo: será que este anúncio do dono de Angola significa o cancelamento da 2ª temporada de Windeck na RTP??


  Esta é a machadada final na idéia que se tentava disseminar de que o investimento vindo nos últimos tempos de Angola(que basicamente se resumiu à entrada no capital de algumas empresas consideradas pelo governo Angolano como estratégicas) tinha uma base exclusivamente económico-financeira, independente do circulo do poder da família Dos Santos. Em poucas palavras José Eduardo dos Santos mostrou, inequivocamente, quem manda.
  No entanto, nada a temer - Relvas estará certamente por perto e poderá auxiliar Machete na sua função de credibilizar este governo.

  Como dizem em Windeck, subir na vida tem sempre um preço. Quando a vergonha e sentido de moralidade escasseia, torna-se uma pechincha.


 nota: Aproveito este primeiro e pequeno post para agradecer o convite e deixar cumprimentos a todos os "colegas de luta". Bem hajam!

Remodelar ou Reconstruir?

Avizinha-se mais uma sequela do filme de terror que é o OE. Mais um orçamento, mais uns cortes, ajustamentos, contrações e correções. Medidas avulso, atabalhoadas, feitas em folhas de mercearia, com todo o respeito que as mercearias nos merecem, ao ponto do Ministro da Saúde por em causa os cálculos do Ministério das Finanças.

O Governo continua a brincar ao “querido mudei a casa” em vez de mergulhar profundamente no “restoration home”. Todos concordam, todos confirmam, todos asseguram: «o sistema como existe não é sustentável no medio/longo prazo». Quantos OE terão de passar, quantas Troikas terão de vir, para que se mexa nas fundições da Republica? 

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Comunicar com respeito

Bruno Faria Lopes assina hoje, no Diário Económico, um artigo muito oportuno, e que merece reflexão atenta, sobre a importância do respeito que o Governo deve mostrar para com os portugueses aquando da comunicação das medidas (austeras).

Têm sido vários, e de má memória, os episódios protagonizados pelos atuais governantes, em que a forma de comunicação das medidas, atabalhoada nuns casos, ou apenas pela metade noutros casos, serviu, apenas, para lançar a confusão geral entre os portugueses, agravando a sua falta de confiança na bondade das medidas propostas e, reflexamente, na viabilidade de Portugal para os próximos anos. A vaga de saída de portugueses do País continua…

A pouca habilidade do Governo em comunicar bem, e explicar de forma clara, as suas medidas, foi, por diversas vezes, suscitada na opinião pública, inclusive por personalidades ligadas aos próprios partidos da coligação.

Acusando o toque, e procurando inspirar-se nos célebres briefings da Casa Branca, o Governo instituiu, no Verão, encontros diários com a comunicação social para falar da governação e dos assuntos em curso, visando, assim, combater a desinformação.

Escusado será relembrar que os briefings à portuguesa foram um desastre comunicacional, tendo tido o inacreditável mérito de contribuir ainda mais para o desgaste do Governo.

Neste momento, os portugueses parecem ter adotado, perante às medidas que o Governo se propõe executar, ou que exclui de todo fazer, a mesma reserva de um famoso antigo dirigente desportivo “o que hoje é verdade, amanhã é mentira”.

É deveras preocupante o prazo de validade do que se anuncia. A medida que hoje se propõe é para se aplicar apenas a rendimentos superiores a 1000, mas amanhã já é a partir de 700, e no final da semana, afinal, são 500. Noutros casos, o segmento da população que hoje fica fora do âmbito de uma medida, amanhã, afinal, já passa também a estar contemplado….

Se nuns casos a volatilidade entre o que se anuncia numa segunda-feira e o que o conselho de ministros aprova na quinta, se deve à impreparação com que a medida foi elaborada, noutros casos fica-se com a ideia de que certas propostas foram propositadamente lançadas para os jornais visando testar a reação pública e, a partir dela, construir então a medida a propor.

Não se percebe, nem se pode tolerar esta falta de arte e engenho. Do Governo exige-se liderança e segurança. E isso, infelizmente, não é o que tem transparecido nos últimos meses.

Como diz o povo, na sua sabedoria, a «paciência tem limites». Como tal, e retomando o texto de Bruno Faria Lopes, não se deve ignorar que «a falta de respeito é o detonador da carga de frustrações e de descontentamento colectivo. Ignorar isto em Portugal no ano de 2013 é ser um catalisador de instabilidade num momento delicado.»
  
P.S. – Com o presente post, inicio hoje a minha colaboração no Sindicato Liberal, agradecendo ao JAE pelo convite feito. Espero que estas linhas, e outras que se seguirem, estejam à altura da responsabilidade!

sábado, 12 de outubro de 2013

A única pergunta que ninguém quer responder...

Podemos discutir as políticas do Governo, podemos debater as ideologias por detrás das medidas de austeridade, podemos condenar os governos anteriores, podemos comentar a esquerda e a direita, podemos comentar onde se vai cortar, porque não aqui, porque não além, podemos falar sobre o Tribunal Constitucional, sobre o caminho para o crescimento, podemos andar anos a falar sobre o mesmo e é o que temos feito...

... mas existe uma verdadeira questão que ninguém quer responder mas todos sabem a resposta.

Alguém honestamente intelectual, dotado com a mínima capacidade de somar e subtrair é capaz de responder à pergunta que se segue.

Nos moldes actuais, consegue Portugal pagar a dívida que tem?

Pelos dados oficiais que temos relativamente ao total da dívida contraída, prazos de pagamento, juros da dívida e as obrigações que o estado tem com os cidadãos portugueses... é um facto que Portugal não consegue fazer face a estas despesas, isto é um facto que ninguém quer falar, anda tudo a assobiar para o lado em vez de pegarem na raiz do problema.

Mesmo com a austeridade levada ao limite, mesmo tomando medidas ainda mais gravosas, mesmo cortando todos os subsídios e serviços sociais... a dívida é neste momento impagável e quem disser o contrário não está a ser sério, pode dizer que é estratégia para depois renegociar, mas não está a ser intelectualmente honesto.

O último dado oficial que saiu sobre a dívida portuguesa, sugeria que Portugal conseguiria honrar todos os seus compromissos e pagar a sua dívida nos moldes actuais se crescesse entre 6% a 8% ao ano, durante pelo menos uma década. 

Só a partir da resposta a esta pergunta podemos começar a debater seja o que for e iniciar o caminho para o crescimento do nosso país.

Podemos mesmo afirmar que tudo o resto é demagogia e puro ilusionismo e fé, muita fé.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Orçamento de Estado 2013 – Fevereiro de 2014


Como todos sabem perdemos a nossa soberania e estamos dependente dos nossos credores, para podermos honrar os nossos compromissos.

Conforme o acordado temos de pagar 21 mil milhões de euros durante o ano de 2014.

As medidas abaixo mencionadas foram aprovadas pelos nossos credores que acreditam plenamente no sucesso das mesmas e cabe a nós implementá-las para garantirmos a nossa soberania, o nosso regresso aos mercados e um crescimento a nível económico.

Medidas de requalificação da qualidade de vida e compressão diminuta e alargada dos rendimentos incrementados auferidos:

Imposto sobre a ocupação permanente e eterna de propriedade pública, nomeadamente cemitérios, para fins de luto e oração

(Todos os herdeiros legais irão contribuir com 0,5% do seu salário para o Governo de Portugal, porque nós honramos os mortos)

Taxa ecológica por consumo de O2

(Portugal um país pioneiro na redução da pegada ecológica irá proceder à taxação de 0,5% / mês a cada cidadão – como acto de boa fé, estão isentos desta taxa todos aqueles que só têm um pulmão)

Corte total do subsídio de desemprego

(Quem não serviu para trabalhar e foi piegas, não pode estar a receber dos outros cidadãos um contributo para ficarem na zona de conforto)

Taxa suplementar de apoio aos partidos em governação

(O Governo tem de negociar em nosso nome, como tal vai ser aplicada uma taxa de auxílio às deslocações dos ministros)

Imposto suplementar sobre produtividade mensal

(O Governo de Portugal está na linha da frente da luta para aumentar a produtividade laboral, esta medida aplica-se a empresas com mais de dois colaboradores e menos de novecentos mil e consiste na medição da produtividade, fazendo uma média mensal entre todos os colaboradores de empresa, a metade que produz menos terá uma taxa adicional no vencimento de 10% da diferença entre o salário mínimo e o seu ordenado actual)

Não queríamos tomar estas medidas, mas a gravidade da situação assim o exige e temos de honrar os compromissos com os nossos credores.

Nós assinámos um compromisso e como tal temos de o honrar, somos um povo honrado e trabalhador.

Esperemos que o Tribunal Constitucional não chumbe nenhuma das medidas acima citadas, pois estamos numa situação singular e única da nossa existência, como tal meus senhores temos de cumprir o que acordámos



Subvencedores

Está a sair, que nem pãozinho quente, o orçamento14. A austeridade vai-se manter conforme expectável, novos cortes se avizinham, e a praça fervilha com a discussão sobre onde é que se vai cortar e porquê?
É aqui que entra o tema das subvenções. 

Vamos por partes, o que é uma subvenção? É um subsídio vitalício que qualquer pessoa tem direito desde que tenha desempenhado cargos políticos de relevo nacional.

Segunda questão, mas esse beneficiário fez algo de extraordinário para poder receber essa pensão? Por exemplo, contribuiu para ela? É um herói da guerra do Ultramar? Não! É beneficiário porque representou a nação ao mais alto nível.

Terceira parte, então esse benefício é igual para todos. Errado, só a têm os iluminati que desempenharam essa função até 2005. Mas... se quem o faz depois de 2005 não tem direito a nada, porque é que quem o fez antes tem?

Quarta dúvida, o estado “investe” 9M€ anualmente neste subsídio, em que é que ele é útil para a economia? Ajuda na integração dos mais pobres? É dinheiro que depois é reinvestido na economia gerando produção, consumo, emprego, exportações? Não! Pois os seus beneficiários já têm o direito às suas pensões para as quais efetivamente contribuíram, já tem os seus próprios ordenados, para os quais efetivamente trabalham.

Por fim, alguma classe política, quer beneficiários do prémio como Bagão Felix quer partidos que vivem do jogo político de contradizer, têm dito que isto é fumo e demagogia barata, porque este corte não resolve os problemas do país. É verdade que não resolve, mas ajuda. Se pensarmos que cortes de 6, 7, 8, 9 milhões de € isolados não resolvem vamos continuar a cortar em pensões, subsídios de desemprego e investimento público.

9M€ podem dar emprego a 1300 pessoas que recebam o ordenado mínimo, com 9M€ pode-se criar um plano de ajuda aos desempregados de longa duração, com 9M€ pode-se investir em incentivos ou na angariação de investimento privado, com 9M€ pode-se criar um pólo de desenvolvimento regional.

Nove Milhões de Euros, podem ajudar alguns a serem vencedores. Hoje, não passam de subvencidos!

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Coluna vertebral, precisa-se...

Hoje a directora do FMI, Christine Lagarde disse o seguinte:

"Portugal é um dos países em que o FMI disse que é preciso um pouco mais de tempo, porque um dos factores que o país pode ter para conciliar crescimento e consolidação orçamental é magro".

Recordamos que o FMI é um dos membros da Troika e que se senta à mesa de negociação com o governo português.

Como é possível o governo português liderado por Paulo Portas e acompanhado por Pedro Coelho não colocarem em cima da mesa as declarações da directora geral do FMI?

Afinal quem são os masoquistas desta história.... um dos principais credores diz que é preciso mais tempo, que se enganou nos cálculos e multiplicadores no seu Excel manhoso, diz que a austeridade tem limites e prejudica o crescimento e em muitos casos agrava a recessão... e nós é que dizemos, não dói nada, por nós ainda vinha mais austeridade, não precisamos de negociar nada, está tudo tranquilo.

Já para não falar do PR que tratou todos os portugueses como imbecis ao declarar que não devemos dizer que a dívida é insustentável porque se nem os credores o dizem, porque nós haveríamos de dizer.

Mas desde quando os credores vão dizer que os devedores não podem pagar a dívida e têm de renegociar ?! mas isto cabe na cabeça de alguém com o mínimo de inteligência, os credores acham sempre que temos dinheiro para pagar, para eles nem que tenhamos de estar na miséria há sempre maneira de pagar o que devemos.... os devedores é que têm de fazer prova da sustentabilidade da dívida.

Para além de se desmentir, pois já havia mencionado que a dívida era insustentável , acha que os portugueses são todos analfabetos e fáceis de manipular.