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contração
da economia de cerca de 25% desde 2008
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aumento
da dívida pública em % do PIB de 105% em 2008 para 175% actualmente
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aumento
da taxa de desemprego de 8% em 2008 para 28%
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taxa
de desemprego jovem (entre os 15 e os 24 anos) de 65%
Após estes dados
assustadores, estima-se que em 2014 o orçamento grego apresente pela primeira
vez um superávit excluindo os pagamentos da dívida. Assim, consideram os
analistas que a única possibilidade para a economia grega passam por novo
perdão de dívida, caso contrário todo o esforço até aqui efectuado terá sido em
vão. Ou seja, olhando para o caso grego, em que foram aplicadas várias medidas
de austeridade em muito semelhantes às ocorridas em Portugal, constata-se que
essas apenas serão viáveis após nova renegociação da divida. A frase que cito
em baixo é elucidativa:
"Greece's exit from the crisis is being made much more
politically difficult and socially painful than is needed,". "The
spread and depth of austerity that lenders have insisted on has been much too
severe. There has been success, but success at what price? If this is success,
who wants to be rescued like this?"
Prof Kevin
Featherstone, director of the London School of Economics Hellenic Observatory
Relativamente ao
caso português, e apesar das recentes críticas de Cavaco Silva na Suécia aos
masoquistas portugueses, foi referido por Paulo Trigo Pereira e Pedro Lains recentemente
ao Público, que a dívida portuguesa na situação actual não é sustentável.
Segundo o Jornal Económico os detentores da dívida pública portuguesa são:
18% UE/FMI
42% gestores de activos, fundos soberanos e bancos centrais
12% bancos comercais portugueses
4% Bancos comerciais alemães
4% Bancos comerciais franceses
13% BCE
Ou seja, partindo
do pressuposto que os masoquistas tem razão admita-se uma renegociação da dívida
portuguesa. A grande questão se for necessária a renegociação da dívida
portuguesa é a forma como se apurará quem assume as perdas. Se essa via for
seguida a pressão dos detentores de dívida externos será bastante intensa,
existindo uma forte possibilidade de que venham a ser exigidas perdas avultadas
aos detentores de dívida nacionais, não nos podendo esquecer de que dentro dos
42% enunciados atrás está incluindo o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança
Social (FEFSS) do qual cerca de 55% está já aplicado em dívida pública tendo o
governo aprovado recentemente a possibilidade de este fundo poder fazer
reforços da dívida pública até 90%. Claro que é elementar que se o FEFSS tiver
que assumir perdas tal terá um impacto bastante negativo nas contas portuguesas,
dado que na situação actual o fundo da Segurança Social já não é suficiente
para fazer face aos compromissos futuros. Ficamos assim a aguardar quem terá
razão, se os masoquistas ou os crentes.
A utilização do fundo foi uma exigência bem aceite pelo Vítor Gaspar como uma forma de armadilhar e impossibilitar um possível haircut que um eventual novo governo quisesse negociar.
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