sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Piegas, masoquistas e o pedido de desculpa

Nos últimos tempos tivemos alguns momentos mediáticos que gostava de analisar de figuras ligadas ao estado português.

Momento 1: Há uns meses atrás, o Primeiro Ministro, Pedro Passos Coelho disse que os portugueses deviam ser “menos piegas”. Afinal os portugueses queixam-se demasiado e não sabem lançar “mãos à obra”.

Momento 2: Numa recente viagem à Súecia, o Presidente da República, Cavaco Silva dá o dito por não dito, e afirma que se os credores externos (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) afirmam que a nossa dívida externa é sustentável, quem em Portugal afirma que a dívida pública não é sustentável não passa de “masoquista”. A ter em conta o facto de no passado o Presidente da República ter afirmado por variadas vezes que a dívida era insustentável (num artigo de 4 de Outubro de 2013 no Público eram citados 3 exemplos de declarações do Presidente a alertar para este facto). Estamos aqui, perante mais um exemplo de descredibilidade política. Que sentido faz o Presidente ter um discurso para o interior do país e outro para o exterior? Não estamos por acaso num mundo em que a informação está acessível a todos? Por acaso na Súecia não se sabe o que se passa em Portugal? Será que após estas declarações a procura de dívida externa portuguesa disparou?

Momento 3: O célebre pedido de desculpa aos Angolanos feita pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, em que este “garantiu que tudo não passa de burocracias e formulários” relativamente aos processos judiciais em curso em Portugal contra dirigentes de Angola.

Deixo aqui umas palavras da parte dos portugueses, que não querem ser um fardo para estes senhores. Os piegas portugueses que se queixam das constantes medidas de austeridade, pedem desculpa por se queixarem das medidas e não saberem olhar para as mesmas, como algo que será benéfico para o país, como o futuro irá provar. Obrigado pelas suas palavras Sr. Primeiro Ministro, agora vemos finalmente a luz ao fundo do túnel.

Os masoquistas também pedem desculpa por porem em causa a sustentabilidade da dívida portuguesa,  realmente não há palavras, se as entidades externas dizem que a dívida é sustentável, não se pensa mais nisso, este assunto está arrumado. Obrigado Sr. Presidente.

Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros também fica aqui um pedido de desculpas, e um agradecimento por ser visionário o suficiente e ter pedido desculpa aos Angolanos, afinal eles investem no nosso país e nós ainda temos casos contra eles em tribunal?

A todos fica um pedido de desculpa por Portugal ser um país tão incompreensível. Por favor não desistam de nós.....

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